quarta-feira, 19 de setembro de 2012

A Sociedade do Conhecimento, as novas tecnologias e um novo olhar na Aprendizagem e Educação.


Embora muitos não possam admitir para si mesmos, a sociedade dos séculos XIX e XX falhou em saciar a fome de nosso espírito. A tecnologia não mais sacia nossa fome de amor, reconhecimento e conforto. Perdemos-nos em meio ao caos tecnológico o que levanta a seguinte questão: é a tecnologia ou o ser humano que tem que construir a sociedade?
                Rousseau em “Discurso sobre a origem da desigualdade entre os homens” afirma:

“Vejo um animal menos forte do que alguns, menos ágil do que outros, mas levando tudo isso em consideração, organizado mais vantajosamente do que todos”.

                Passados quase 300 anos, já podemos e devemos rever tal afirmação, embora os filósofos de plantão possam se assombrar e levantar de suas quentes e confortáveis poltronas em oposição.
O ponto de vista de Rousseau era totalmente humanista e talvez, ufânico, numa época em que a liberdade de expressão havia saído do calabouço feudal cristão. O homem tirava os olhos do “paraíso celestial” e passava a ser visto como o “centro” do seu próprio universo. Nascia o “iluminismo”, a época do esclarecimento, o pensamento aristotélico era revisto e repaginado. A experimentação começava a ganhar padrões de procedimento e isso inflava ainda mais o ego dos ditos iluministas.
Vamos olhar esta citação de Rousseau com os olhos desta vívida contemporaneidade. Com certeza o Homo sapiens é mais fraco que muitos outros animais, como também menos ágil. O contraponto reside no conceito e na palavra ORGANIZADO. Politicamente e socialmente falando, o homem não é organizado. Ainda estamos muito longe disso quando percebemos que a maior parte da população humana vive em situações precárias, sem acesso ao saneamento, água e alimento. Na verdade, os filósofos e sociólogos da atualidade, em sua grande maioria, não diferem em nada dos antigos filósofos gregos. Estes faziam parte da elite que se sustentava através escravidão humana, panorama infelizmente muito comum no século XXI. Vivemos na  de que somos “livres”, mas dependemos ilusão muito mais do trabalho de outras pessoas para acharmos que fazemos nossas escolhas logicamente. A lógica é justamente a maior inimiga da atual sociedade, cujo guia nada mais é do que o caos. O Homo sapiens não é livre, ele é um ser caótico, aprisionado por medos que ele nem sabe reconhecer e isso faz com que ele fique cada vez mais agressivo e em atitude defensiva, em mundo  complicado e ilógico, com leis que nem sequer se aproximam da verdadeira definição de um sistema de organização. Latour aprofunda ainda mais a questão ao afirmar que “jamais fomos modernos”.
O que diriam Voltaire, Descartes e o próprio Rousseau e demais pensadores iluministas de que o problema do mundo não estava na Igreja, mas na própria essência do ser humano. Talvez tenham vislumbrado tal característica, mas isolaram a ciência em um pedestal, onde ela não seria contaminada por tal e o mundo seria melhor. Só não contavam com o Diabo no pedestal da ciência também. Negaram Deus, mas se esqueceram do Diabo presente dentro de todo ser humano, assim como o divino também está. E acima de tudo continuavam a negar a existência de Gaia, nossa terna Mãe, que nunca nos negou nada, sempre deu sem nada pedir em troca porque junto existem as leis do Universo, onde aqui se pega, mas também se dá, ou seja, se retiramos da natureza alguma coisa boa, devemos também devolver alguma coisa boa e não lixo e poluição.
Mas apesar destas duras palavras, não podemos esquecer que a espécie humana apresenta uma grande qualidade: a de fazer crescer e florir no mais infértil pensamento a vontade, quando deliciosamente e devidamente estimulada, de mudar o mundo para o melhor de todos, e todos juntos geramos uma energia de transmutação que nenhuma outra força no Universo pode deter.

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